Fiquei pensando porque os filhos de santo saem de suas casas?
Muitos são os motivos que levam os filhos deixarem suas casas, certos ou errados. Todos tem seus motivos.
Mas olhando as mensagens que recebo e algumas historias que já ouvi, o que mas fica evidente é a carencia que os filhos sentem pelos seus pais e mães.
Muitos dizem que não tem atenção para seus problemas e dores.
Para muitos a casa de asé é sua segunda casa. O filhos de santo são seus amigos de verdade ou pelo menos esperam que sejam.
A mae ou pai, tomam o papel de confidentes. Quantas vezes procurei o colo de minha mãe ? Muitas. Ali está seu porto seguro.
As casas maiores tem um problema quanto a isso. Pois como dar atenção a tantos filhos ?
Toda casa de candomble que perde o foco nos filhos, pode perder seu caminho.
Minha concepção de barração é mato e pé no chão. Uma casa pequena e humilde. Roupas de chitao. Pura utopia. Mas sou romantico e acredito que Orisa vive na simplicidade.
Conheci um pai de santo que dizia que não queria ter filhos pois davam trabalho demais e que ele queria somente clientes. Não pensem que ele está sozinho nesse pensamento. Tem muitos que pensam como ele.
O candomble como tantas outras religiões dá o poder para o homem e isso muitas vezes corrompe.
Toda religião tem como base a transformação do ser humano. Mostra um caminho para si mesmo pelo sagrado.
Mas cabe algumas perguntas para entender o exodo dos filhos de santo para outras casas. O filho tem que olhar para seu interior. Ele tem que se questionar qual o real motivo de estar na religião. Se ele conseguir entender seu papel, ficará mais facil entender a casa que está.
Todos nós temos necessidades, vontades, preconceitos, sim temos preconceitos. O candomble nos faz pensar ou deveria fazer , sobre nossa vida cotidiana. A partir dai começar a transformação.
A grande diferença entre a Africa e o Brasil está na forma de viver o cotidiano. Aluguns sacerdotes que foram para Africa voltaram dizendo que não viram nada lá. Que eles são sabiam dançar, nao tinham ritmo , que cultuavam um iba coletivo , uma arvore. Fiquei pensando sobre isso e não entendi. Afinal o africano vive o candomble da sua forma primitiva ou pura. Se houvesse uma pesquisa mais séria sobre o cotidiano do africano talvez o nosso candomblé fosse melhor.
Nosso candomblé está indo para dois caminhos perigosos, o folclore e para os clientes.
Daí voltamos para o ponto : porque os filhos saem das casas ?
Acredito que precisamos reciclar.
Os sacerdotes devem olhar mais para seus filhos. Entender seu papel como pai ou mae. Reciclar suas ideias , entender que eles também fazem parte desse processo de evolução e transformação. Por outro lado o filho deve analisar seu papel como ser integrante da comunidade. Entender sua expectativa diante da casa.
Uma vez que voce entender quem é voce , o que espera da sua casa , sabera o que ela podera dar ou nao. Tire as vendas de seus olhos, veja o candomble como filosofia de vida , veja ele como algo transformador , para se viver no cotidiano e não somente em festas ou obrigações. O africano viveu assim. Acordava diante de uma arvore e colocava seu ori no chão em forma de agradecimento.
Hoje quantos de nós vivemos o candomblé no dia a dia ?
O que adiante voce bater cabeça para seu orisa e viver sempre fora do eixo ?
Como conciliar sua vida profana , tecnologica com a simplicidade do candomble ?
Pois o mundo mudou mas o amor , a caridade, a doação isso nunca mudará.
Ache a resposta de quem é voce ai tera a resposta sobre o que esperar de sua casa.
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